Este blog tem como objetivo fazer um apanhado geral por meio de comentários, sobre o que entendemos das matérias estudadas na disciplina de psicologia da educação

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vygotsky

Para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor , ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização; o que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa. Segundo Vygotsky, apenas as funções psicológicas elementares se caracterizam como reflexos. Os processos psicológicos mais complexos, ou funções psicológicas superiores, que diferenciam os humanos dos outros animais, só se formam e se desenvolvem pelo aprendizado. Entre as funções complexas se encontram a consciência e o discernimento. "Uma criança nasce com as condições biológicas de falar, mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da comunidade".
Outro conceito-chave de Vygotsky é a mediação. Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos, como por exemplo, as ferramentas agrícolas, que transformam a natureza, e da linguagem, que traz consigo conceitos consolidados da cultura à qual pertence o sujeito.
Existem quatro entradas para o desenvolvimento:
Filogênese: informa a história da espécie humana, a partir dos ancestrais. Tal perspectiva, justificativa pelo biológico, procura como se originaram os processos caracteristicamente humanos.
Sociogênese, ou a história cultural: que particulariza a compreensão dos rebatimentos do cultural, como fonte importante do funcionamento psicológico.
Ontogênese seria marcada pelo ciclo de vida do indivíduo, considerando seu desenvolvimento, da infância à vida adulta. Importa destacar, nesse momento, que atividades o indivíduo consegue fazer ou não, sem perder de vista sua etapa de desenvolvimento.
Microgênese, que preconiza a constituição individual de processos que possibilitam a construção social de nossas singularidades - pautados pela subjetividade e livre arbítrio de cada ser humano. Essa importante dimensão feita por Vygotsky estimula o não determinismo, nosso desenvolvimento e atitudes não podem ser justificados tão somente a partir da idade que temos, a partir de nossa trajetória ou mesmo da cultura a que estamos submetidos.
Relação indivíduo/sociedade: As características tipicamente humanas não são inatas e nem são o resultado das pressões do meio externo, mas resultam da interação dialética do homem e seu meio sócio-cultural. A medida que o sujeito transforma o seu meio para atender suas necessidades é transformado por ele.
Origem cultural das funções psíquicas: As funções psicológicas tem sua origem nas relações do sujeito e seu contexto cultural e social. A cultura é parte constitutiva da natureza humana. Base biológica do funcionamento psicológico: Cérebro visto como órgão principal da atividade mental. É entendido como um sistema aberto, com grande plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual.
Mediação: São os instrumentos técnicos e os sistemas de signos (ferramentas auxiliares), construídos históricamente, que fazem a mediação dos seres humanos entre si e deles com o mundo. A linguagem é um signo mediador, pois carrega em si os conceitos generalizados e elaborados pela cultura humana. A criação e uso dessas “ferramentas”(instrumentos e signos) é exclusiva da espécie humana e fundamentais para que haja interação com cultural e social.
Características básicas dos processos psicológicos: A análise psicológica deve conservar as características dos processos psicológicos exclusivamente humanos. Esses modos de funcionamento psicológicos mais complexos se desenvolvem num processo histórico, podendo ser explicados e descritos. Seu ponto de vista defende a idéia de que o desenvolvimento mental ocorre a partir do contexto social.
 Mediação Simbólica
É através da mediação simbólica que se desenvolvem o processo das funções psicológicas superiores. Vygotsky distingue dois elementos básicos na mediação: o instrumento e o signo. O instrumento tem a função de regular as ações sobre os objetos e o signo regular as ações sobre o psiquismo das pessoas.
A linguagem para Vygotsky é tida como um sistema simbólico fundamental. Ela organiza os signos em estruturas complexas e desempenha um papel determinante na formação das características psicológicas humanas. A linguagem possibilita três fatores nos processos psicológicos humanos: a) transmitir uma idéia independente do tempo e espaço; b) abstração e generalização (analisar, abstrair, generalizar, categorizar, conceituar); c) comunicação entre os homens, que garante a transmissão e preservação de informações e experiências adquiridas pela humanidade ao longo de sua história.
   Pensamento e Linguagem
A linguagem se constitui no paradigma dos processos de interiorização das funções psicológicas superiores. Para Vygotsky a relação entre o pensamento e a fala passa por várias mudanças ao longo do desenvolvimento. Apesar de terem origem e se desenvolverem independentes, em um certo momento o pensamento e a linguagem se encontram e dão origem ao funcionamento psicológico complexo. A conquista da linguagem representa um marco no desenvolvimento humano.
As palavras e signos são para a criança um meio de contato social com as pessoas. As funções comunicativas e cognitivas da linguagem são a base dos processos superiores. A linguagem, desta forma, tanto expressa como organiza o pensamento da criança.
Antes do aprendizado da fala a criança encontra-se no estágio pré-lingüístico do desenvolvimento do pensamento, denominado de inteligência prática. Através das interações com as pessoas a criança vai aprendendo a usar a linguagem como instrumento do pensamento e como meio de comunicação. Neste momento o pensamento e a linguagem se associam e o pensamento torna-se verbal e a fala racional.
Vygotsky observou que o desenvolvimento da relação linguagem e pensamento segue uma seqüência de desenvolvimento passando da fala exterior para a fala egocêntrica e chegando a uma fala interior.
                                                                                                                                                   

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